terça-feira, 3 de julho de 2007

Inferno


À Musa

Quanto, à noite, espero a tua chegada,
a vida me parece suspensa por um fio.
Que importam juventude, glória, liberdade,
quando enfim aparece a hóspede querida
trazendo nas mãos a sua rústica flauta?
Ei-la que vem. Soergue o seu véu,
olha para mim atentamente.
E lhe pergunto: "Foste tu quem a Dante ditou as páginas do Inferno?".
E ela: "Sim, fui eu".

"Anna Akhmátova - Poesia: 1912-1964"

Um comentário:

Rachel Motta disse...

Caio, que grata surpresa o seu blog... adorei saber que dentro de você pulsa um rapaz além de bonito muito sentimental. beijos,
Rachel.