domingo, 29 de março de 2009

Eu sou vertical


Mas não que não quisesse ser horizontal.
Não sou árvore com minha raiz no solo
Sugando minerais e amor materno
Para a cada março refulgir em folha,
Nem sou a beleza de um canteiro
Colhendo meu quinhão de zeros e me exibindo em cor,
Desconhecendo que me despetalo em breve.

Comparados a mim, uma árvore é imortal
E um pendão nada alto, embora mais assombroso.
O que eu quero é a longevidade de uma e a audácia do outro.

À luz infinitesimal das estrelas,
Flores e árvores trescalam seus frios perfumes.
Eu me movo entre elas, mas nenhuma me nota.
Chego a pensar que pareço o mais perfeitamente com elas quando estou dormindo
Os pensamentos esmaecem.
É mais natural para mim deitar.

Céu e eu então animamos a prosa,
Hei de servir no dia em que deitar afinal
E as árvores aí talvez em mim tocassem e as flores comigo se ocupassem

Um comentário:

Amanda disse...

Adorei..

Saudades
Bjs